O Serrar da Velha!

27 fevereiro 2010

A meio da quaresma, o Serrar da Velha era quase que obrigatório.
Num tempo em que quase nenhuma animação havia na aldeia, “o Serrar da Velha”, era encarado como um divertimento.
Durante a noite, um reduzido número de rapazes/homens dirigia-se para o pinhal mais alto da povoação e daí gritavam graças (em frases ou mais usualmente em rimas) alusivas a factos relacionados com as pessoas da comunidade.
Quando as condições geográficas o permitiam, através da existência de mais pinhais no perímetro da povoação, chegava-se mesmo a estabelecer diálogo previamente combinado entre grupos situados em pinhais diferentes.
No Serrar da Velha revelavam-se muitos namoros, até infidelidades encobertas, quantas vezes levantando-se calúnias. Muitas situações delicadas se criaram com as pessoas atingidas ou seus familiares a perseguirem quem se julgava serem os autores das rimas.
O reduzido número de participantes tinha por objectivo, por um lado, a manutenção do segredo do anonimato, anos fora, consoante a gravidade das acusações ditas, por outro, permitir uma mais fácil fuga.
E em caso de fuga forçada, chegavam a dividir-se, indo cada um para o seu lado, reunindo-se posteriormente em local previamente combinado.
Quem ia serrando a velha embora o funil já distorcesse a voz, ainda mais a disfarçava, mesmo na pronúncia a fim de não ser reconhecido.

Ó velha o que deixas à mulher do Zé Godinho?
Uma medida de água para baptizar o vinho!

Serrar da Velha!

Antigamente, a meio da Quaresma, anos após ano repetia-se uma tradição: “o Serrar da Velha”.
Pela noite dentro, dois ou mais homens subiam ao pinhal com grandes funis, de forma a poderem ser ouvidos e revelavam os defeitos ou características de algumas pessoas da terra .
Com o objectivo de repor uma antiga tradição da nossa terra , O Rancho de Alviobeira irá fazer o Serrar da Velha no próximo dia 5 de Março, pelas 22H, no pinhal da Quinta.


Ó Velha o que deixas ao Rancho que seja fundamental?
Disciplina e amizade e encontros no escoural!

Ó Velha o que deixas ao Rancho que não seja um engano?
Uma serração da velha para fazer no próximo ano!

AGENDA 2010 - Actuações Confirmadas

24 fevereiro 2010

Os olhos do meu amor!

17 fevereiro 2010

Eu hei-de mandar fazer
Uma ponte de madeira
Para o meu amor passar
Para o lugar de Alviobeira

Comemora-se a 14 de Fevereiro o Dia dos Namorados.
Nos tempos dos nossos bisavós não havia tempo nem dinheiro para essas coisas. Dia dos namorados era sempre que houvesse oportunidade, principalmente quando os olhares indiscretos não estavam por perto. A felicidade era muita quando era possível dar uma escapadela, um beijo roubado, uma dança mais apertada.
Eram outros tempos, onde o proibido tornava tudo mais mágico e apetecido…
E já que falamos em namoricos porque não lembrar alguns namoros que foram surgindo no Rancho ao longo destes anos.
É no convívio, nos momentos partilhados que se conhece o outro, que se aprende a respeita-lo e a amá-lo.
Desses namoros alguns deram em casamento, como é caso do Brito e da Otília, do Aurélio e da Fernanda, do Zé Fernando e da Leontina, do Paulo e da Teça, do Bruno e da Beta…
Mas também não menos importante é quando se consegue trazer para o Rancho o(a) namorado(a), quando se consegue que o casal se encontre no folclore e este os faça felizes.
Isso passou-se com o Pedro que conquistou a Maria, o Ricardo que trouxe a Dina, a Marisa que convenceu o Ricardo, a Anabela que trouxe o Manel. Chegaram meio a medo mas depressa sentiram-se integrados nesta grande família.
Outros vieram juntos como é o caso do Manel e da Almerinda e do Manel e da Beta.

Aos casais e namorados do Rancho os nossos parabéns e felicidades!

Caminhos Cruzados II

10 fevereiro 2010





A apresentação de “Caminhos Cruzados II” já está agendada.
Espera-se repetir o sucesso de Caminhos Cruzados, que fala dos encontros e desencontros de três famílias.
Um filme divertido que retrata as vivências de uma aldeia nos princípios do século XX, onde os caminhos das várias personagens acabam inevitavelmente por cruzarem-se!
Para quem não teve a oportunidade de ver Caminhos Cruzados I, fica aqui a apresentação das famílias que fazem parte do enredo, assim como algumas curiosidades sobre as mesmas.
As personagens são:
Joaquina casada com o Manel, têm três filhos: Luísa, Emília e Luís;
Maria casada com o Chico, mas que anda metida com o Manel, têm 2 filhos: Joaquim e Celeste, Júlia é viúva, tem dois filhos: O Zé e a Chica,
O Taberneiro António

- Chica, é uma rapariga alegre e bem disposta, sempre pronta para festa e brincadeira, e por isso com muitos pretendentes, mas também um alvo de muitas críticas.
- Emília é uma moça recatada, vive para o trabalho e sonha casar com o Joaquim.
- Luísa não tem namorado, é uma rapariga caseira, critica a Chica mas gostava de ser como ela.
- é um pingo amor, alegre, bem disposto e sempre pronto para a brincadeira, e sempre a fazer partidas. É o grande amigo de Luís
- Luís é um rapaz sério, tem um grande amor, a Chica, e não olha para mais nenhuma rapariga.
- Joaquim é um rapaz pacato, obedece às ordens do seu pai, concordando com o casamento que o seu pai arranjou com a Emília.
-Manel é um bom homem, mas pouco dado ao trabalho. Gosta da sua Joaquina, é um bom marido, mas não resiste aos encantos da sua comadre Maria.
- Maria é uma alcoviteira, sempre pronta a levar e a trazer as notícias da aldeia. Anda metida com o Manel, mas não perde a oportunidade de fazer-se muito amiga da sua comadre Joaquina.
- Joaquina é uma mulher trabalhadora, boa esposa, boa mãe, mas que reserva também algumas surpresas
- Chico é um homem trabalhador, mas cego em relação à sua mulher, defende-a acima de tudo, pensa e diz que ela é uma santa. Mas também ele esconde alguns pecados.
- Júlia é uma viúva respeitada, recatada, trabalhou a vida inteira para sustentar os seus filhos depois de ficar viúva muito cedo.
- O Taberneiro é igual a todos os outros taberneiros, o confessor, o amigo, sabe tudo, ouve tudo, mas pouco diz.

Outros Carnavais!

02 fevereiro 2010





Também o Carnaval nos traz algumas recordações!
Quando há vinte e tal anos a juventude de Alviobeira decidiu criar um Rancho na sua terra, foi por altura do Carnaval.
Na altura pouco ou nada sabíamos sobre folclore. Contámos com a experiência de alguém que vivia e respirava folclore, alguém com a "pachorra" para nos aturar, alguém disposto a dar muito, uma pessoa sem reservas de ensinar tudo o que sabia sobre folclore e não era assim tão pouco: o sr. Brás
O Sr. Brás ensinou-nos muito e impediu-nos de cometer alguns "erros". Quando fizemos o Grupo de Carnaval, tinhamos plena consciência que aquilo seria apenas uma brincadeira para juntar a juventude e angariar algum dinheiro para dar início ao grande e verdadeiro projecto: Um Rancho Folclórico e Etnográfico.
Os jovens uniram-se, cantaram e dançaram durante um longo e prolongado fim de semana.
O Grupo de Carnaval acabou com aquele carnaval, mas o grupo manteve-se unido e cheio de vontade de trabalhar, tudo estava por fazer! E nós estávamos cheios de vontade de começar!
Foi o início de um longa caminhada!

Hoje ainda existe alguns "resistentes" daquele tempo: Vitor, Cláudia, Aurélio, Nela, Cidália, Luísa, Zé Leal e o Zé Carlos .

O entrudo!

Em épocas passadas, o Entrudo era uma época de divertimento e pura alegria.
A animação era grande. Quase todas as pessoas mascaravam-se (quase sempre de cara tapada para não serem reconhecidas) e iam para a rua onde pregavam partidas uns aos outros.
No Domingo gordo fazia-se a despedida da carne, pois a Quaresma estava à porta, por isso a ementa nesse dia era especial, uma galinha ou galo cozido (com um chouriço dentro).
A Quaresma prologam-se desde a quarta feira de cinzas até ao sábado de Aleluia, e antigamente este era um tempo de penitência e jejum para todos os fiéis.
Era um período respeitado por todo o povo de Alviobeira.
Não se fazia bailaricos, não se cantava, nem se comia carne. Por isso o Carnaval tinha que ser vivido ao máximo! o tempo que aí vinha era de recolhimento!