RETALHOS

12 outubro 2017







Foi no passado sábado, dia 7 de Outubro pelas 21H30 no salão da Associação Recreativa e Filarmónica Frazoeirense que apresentámos o espetáculo Retalhos.
A data era importante, afinal não é todos os dias que uma associação comemora cento e setenta e seis anos de atividade ininterrupta. Para quem vai a caminho dos trinta, parece uma data longínqua e de difícil alcance.
Reconhecemos nesta associação semelhanças com a nossa, embora uma se dedique à musica filarmónica e a outra ao folclore, a verdade é que ambas primam pela dedicação, entusiasmo e dinamismo, sendo ambas marcos importantes na cultura da sua terra e do seu concelho.
A Frazoeira é uma terra com “personalidade”; não sei se pelas belas quintas e solares existentes, pelas árvores centenárias, pela proximidade da mística aldeia de Dornes, a verdade é que quando ali chegamos parece que recuamos no tempo e ficamos completamente rendidos à beleza e à imponência do património material ali existente, silêncios que falam e que parecem ter tanto para contar.
A beleza e a grandiosidade dos solares não deixa ninguém indiferente, eu chamei-lhe “grandiosidade serena”, o que quer que isso possa significar. O ambiente que se respira leva-nos a imaginar histórias e contos, guardados misteriosamente em cada pedra, em cada árvore, em cada casa.
Uma terra “encantada” que cheira a verde... “ o verde nasce, os pássaros um azul quente...
Uma terra aqui tão perto de nós mas uma mística diferente. A mim bastou-me algumas horas no local, para ficar fascinada e para na minha cabeça começar a fervilhar mil ideias para espetáculos que ali tão bem se enquadravam.
Mas este silêncio não significa que a Frazoeira seja uma terra parada no tempo, pelo contrário, é uma terra que a exemplo de Alviobeira muita coisa acontece. O passado convive harmoniosamente com um presente ativo, dinâmico, culturalmente e socialmente falando. Há 176 anos que esta associação tem desenvolvido um trabalho ímpar para o crescimento, dinamização desta terra e das suas gentes. Aqui o passado e o presente convivem lado a lado sem atropelos nem guerras.
Foi nesta terra de fascínios que Retalhos foi apresentado.
Contrastes que podem parecer ao acaso, mas que querem dizer muita coisa: numa noite quente de Outono que mais parecia de verão, um espetáculo “moderno” mas que falava de histórias passadas, uma terra serena mas a fervilhar de cultura.
Foi assim rodeado de contrastes que o RFEA levou a palco o espetáculo RETALHOS.
Fomos recebidos com amabilidade e desde o primeiro momento sentimo-nos em casa.
Agradecemos o convite que muito nos honrou, esperamos ter estado à altura das expetativas e expressámos aqui os votos de no futuro continuar a desenvolver esta pareceria que tem tudo para dar bem.

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