SERRAR DA VELHA Fotos José Júlio Ribeiro Quando o Rancho de Alviobeira decidiu fazer a recriação do Serrar da Velha e já lá vai alguns anos, fê-lo à noite e na rua, assim como era antigamente. Mas as nossas aldeias já não são tão silenciosos, escuras e místicas como noutros tempos, e os textos entoados do pinhal nem sempre era percetíveis, mesmo usando os funis de antigamente. O horário, o frio da noite, os ruídos dos carros, dos cafés e outros foram afastando aos poucos as pessoas desta recriação. O Rancho viu-se assim obrigado a repensar a forma de manter viva a tradição e despertar nas pessoas a vontade de assistir ao Serrar da Velha, acabando por optar pela criação de um espetáculo, apresentado num espaço fechado e onde são criados os diversos cenários nos quais se desenrola todo o Serrar da Velha. Este ano, o “espetáculo” começou com um casal de idosos, representado pelo Carlos e pela Andreia Pereira, que iam contando as suas histórias a dois jovens que os visitavam. A história daquele dia era sobre o Serrar da Velha e o António, representado pelo Daniel estava tão entusiasmado que acabou por arrastar a sua amiga Leonor, interpretada pela Bia, para ouvir a história. (dois jovens que começaram agora as suas "andanças" neste Rancho mas que se portaram como verdadeiros profissionais). À medida que os velhotes recordavam as histórias antigas, estas iam ganhando vida no palco. Recorrendo assim a este "casal de idosos" foi possível transmitir toda a história do serrar da velha ao público presente, pois ainda há muitas pessoas, principalmente as mais jovens que nunca ouviram falar de tal tradição. A velha foi novamente a “Ti Maria”, que segundo o casal de idosos, era tão velha, tão velha, que já lhe tinham perdido a conta aos anos que fazia, até ela. A Ti Maria e o Ti Manel, animaram a sala com as suas resmunguices e quando apareceram em roupa interior foi uma gargalhada geral. O testamento da velha esse foi divertido, mas pouco ofensivo, ao contrário do que acontecia antigamente, porque atualmente o objetivo é unicamente manter viva a tradição, fazer rir e brincar. O CRCA de Alviobeira encheu, o que muito nos agradou, mostrando o carinho que as pessoas tem por nós e pelo nosso trabalho. Assim vale a pena continuar a trabalhar. Aqui ficam algumas fotos tirada pelo nosso amigo José Júlio Ribeiro, ao qual mais uma vez agradecemos
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