Pelo segundo ano consecutivo o RFEA realizou a Ronda das Adegas, uma iniciativa que surgiu do facto deste Grupo se ter dedicado em 2014 ao ciclo do vinho, fazendo pela primeira vez a produção do seu próprio vinho e água pé.
Em boa altura decidimos apostar nesta Ronda que teve desde o primeiro momento grande aceitação e rasgados elogios.
Este ano, e porque o ano passado a Ronda logo na sua primeira edição tinha surpreendido, trabalhámos ainda mais para não defraudar as expectativas. E se a fasquia estava lá bem no alto, pensamos que conseguimos, este ano, mantê-la.
O ano de 2015, foi para este Grupo o ano dedicado ao Ciclo do Azeite, vivemos emoções únicas com a apanha da azeitona e com a sua moagem no lagar. Descobrimos a magia dos lagares de azeite, aprendemos a apreciar o cheiro e o sabor desta gordura vegetal de grande aproveitamento a todos os níveis.
Isto foi o suficiente para juntar à Ronda das Adegas a passagem por alguns lagares de azeite existentes na freguesia mas que infelizmente já não se encontram em funcionamento.
Pelos locais que passámos, fomos provando vinho, azeite, licores, tudo produção deste Grupo.
Difícil a tarefa de colocar em palavras os momentos vividos e sentidos na 2ª edição da Ronda das Adegas.
Foi um dia intenso, cheio de emoções e de memórias. Em alguns momentos houve olhos rasos de água, pela intensidade dos momentos ou apenas pelas saudades, noutros risos de alegria e puro divertimento proporcionado pelo convívio e pelas encenações que foram feitas ao longo do percurso.
O dia dedicado à Ronda da Adegas é, para quem participa, um dia longo, intenso e cansativo para o corpo, mas grandioso para alma, que fica mais “aberta”, mais leve, liberta e enriquecida. Há quem diga que são muitas coisas num só dia, mas o objectivo é esse mesmo, a ronda não termina no fim do dia, acompanha-nos durante toda a noite; que apesar do cansaço ser muito nem sempre é fácil dormir; e também durante toda a semana.
Nos dias que se seguem a nossa mente incumbir-se-á de rebobinar os momentos vividos, os pormenores observados, os cheiros sentidos, os sabores provados e todo esse banquete servirá para nos “alimentar” nos momentos mais solitários e intimistas.
São as vitaminas necessárias para uma vida saudável, às vezes ali mesmo à mão de semear e que muitos teimam em ignorar.
A ronda é por assim dizer um armazenar de emoções, para depois serem digeridas com calma e lentamente durante os dias que se seguem.
A ronda teve início pelas 8H30 em Alviobeira onde foi servido o mata bicho (passas de figo e aguardente), logo seguido de umas sopas de cavalo cansado e um caldo quente de couve, feijão e massa.
E com o estômago reconfortado e aquecido, deu-se início a uma ronda que percorreu as ruas de Alviobeira e passou pelo Vale Carneiro, Outeiro, Freixo e Ceras.
A Runfeira foi o lugar escolhido para o descanso merecido dos “guerreiros” e não podia ser de outra maneira, lá está a nossa adega e o nosso azeite foi produzido com as azeitonas da Quinta da Runfeira.
E com os produtos que esta terra nos dá, com a alegria que vem de dentro, com a genuinidade desta gente, estão reunidos os ingredientes necessários para um dia bem passado.
Os momentos musicais estiveram a cargo do Hugo Mendes, Dora Antunes, Ana Fernandes e Jorge Roberto e tiveram lugar na casa do Sr. Armando no Freixo, no Lagar da Boucha em Ceras, na quinta da Runfeira e no lagar em Alviobeira.
O resto da animação esteve a cargo dos elementos do Rancho, verdadeiros artistas e o workshop sobre azeite e suas utilizações foi dado pela Ti Júlia no lagar de Cêras.
A preparação da Ronda das adegas não é fácil, a escolha dos lugares a visitar e limpeza de alguns, a definição da rota, a preparação da animação e a confecção da comida, envolve todo o Rancho que “perde” muitas horas na organização do evento.
Querer fazer muito, com pouco, é sempre o ponto de partida deste Rancho. De referir que esta organização embora seja gigante, é patrocinada pelo Rancho, componentes e amigos, e que não tem orçamentos milionários, a sua única riqueza, como diz o poeta é ver. E para ver melhor é preciso voar mais alto, arriscar, lançar-se à aventura.
Por fim, como não podia deixar se ser um obrigado ao donos das adegas, lagares, tabernas e casas e celeiros que abriram as portas e permitiram que esta Ronda fosse aquilo que foi: espetacular!
E desta forma, Alviobeira acontece!
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