Estávamos
na década de oitenta, a juventude em Alviobeira era numerosa, mais raparigas
que rapazes. As raparigas eram jeitosas, pelo menos era o que diziam, e atraiam
aos bailes e matinés muitos rapazes de localidades vizinhas. Eram famosas as
matinés de Alviobeira, primeiro por baixo do palco, no que é hoje o salão de
catequese e mais tarde na garagem do Sr. Albino, hoje propriedade do seu filho
Raul. As tardes de domingo eram passadas a dançar e a conviver.
Era uma juventude diferente da de hoje em dia,
nem melhor nem pior, apenas diferente, como também era diferente a sociedade
daquele tempo.
Uma juventude que pouco ou nada tinha e que
aprendeu a fazer do pouco muito, a divertir-se com pequenas grandes coisas.
Mas em Alviobeira, queria-se mais alguma coisa,
e surgiu a ideia de um Rancho Folclórico, naquela altura pouco ou nada sabíamos
de folclore, mas ávidos de aprendizagem depressa começamos a trabalhar, a
pesquisar, a ouvir e aprender.
Foi uma animação, o primeiro carnaval, as
recolhas, os ensaios, a compra dos tecidos, a primeira vez que vestimos o
trajo, as primeiras atuações, as primeiras viagens, a descoberta uns dos
outros, os primeiros namoros…
Seguiram-se anos intensos de descoberta e
aprendizagem.
Ao Grupo inicial, do qual ainda fazem parte oito
componentes, muitas outras pessoas se foram juntando ao longo do tempo, e da
presença e do trabalho de todos, este Rancho tornou-se naquilo que é hoje.
Este ano o dia 24 de Abril, dia do nosso
aniversário, calhou a uma sexta-feira, dia de ensaio. Mas esta sexta-feira foi
diferente. Foi uma noite para recordar a década de oitenta, e se aos que tinham
entre dezasseis e vinte poucos anos naquela altura, esta festa foi um reavivar
de tantas memórias, para os mais novos acredito que foi igualmente divertido.
Vestidos e penteados a rigor, começamos por fazer um passeio nocturno por esta
Alviobeira que nos viu nascer e crescer, e acabámos a noite na nossa discoteca
improvisada “Poitenta”, que estava um espectáculo. E dançamos, a noite toda.
O S. Pedro ainda ameaçou, mas nem ele foi capaz
de resistir a esta noite anos oitenta, e deu-nos uma noite soberba.
Ficam aqui algumas fotos, tiradas pelo nosso
amigo José Júlio Ribeiro, para mais tarde recordar.
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