Viva a Festa!
Mais um ano passado, mais um aniversário, mais um Festival de Folclore.
Embora o Plano de Atividades do RFEA, seja diverso e extenso, numa Alviobeira que acontece todo o ano, também é verdade que o mês de Abril, continua a ter um gosto especial. É o mês do nosso aniversário, mês em que realizamos o nosso Festival de Folclore e trazemos a Alviobeira e à nossa casa grupos de outras regiões. Alguns, conhecemos desde há muito, e admiramos o seu trabalho, outros temos o privilégio de ver pela primeira, mas qualquer que seja a situação é uma oportunidade para estreitar laços e partilhar experiências. É encontro de pessoas diferentes, de regiões diferentes, mas que se reconhecem, porque todas elas trabalham com o mesmo objetivo, a preservação e divulgação dos usos e costumes das suas terras e das suas gentes.
No ano da festa dos tabuleiros, tão importante para as gentes do concelho de Tomar, e como não poderia deixar de ser para todos os Alviobeirenses, achámos por bem que Festas e Romarias, fosse o tema deste XXVII Festival. Recordámos o Sr. António João, que durante tantos anos preparou os tabuleiros para a grande Festa, o Manuel Marques, pai da Cláudia e do Aurélio que marcava sempre presença e de tantos outros, para quem a Festa dos Tabuleiros sempre fez parte das suas vidas.
Começamos por pensar no cenário, para que pudesse também ele ser uma homenagem à grande festa e decidimos desenhar e pintar três tabuleiros, um trabalho desenvolvido a várias mãos, tantas quanto os elementos do Rancho.
A União de Freguesias Casais e Alviobeira, preparou dois tabuleiros para que pudessem também eles fazer parte do cenário deste Festival e a Cláudia (componente do Rancho) fez mais de duzentos ramos de papoilas, malmequeres e espigas que distribuímos como recordação às pessoas presentes, assim com as cestas ornamentadas com esses mesmos elementos e que foram oferecidas aos grupos participantes.
Na recepção aos Grupo convidados, assim como no Festival de Folclore, fez-se presente dois tabuleiros com o respetivos pares trajados, agradecemos à Patrícia e à Rita que embora não fazendo parte do Rancho, aceitaram desde a primeiro momento o convite para estarem presentes.
Dentro desta mística preparámos a entrada em palco como forma de homenagear as festas e romarias da nossa terra.
Com o som do búzio e a cantiga da apanha da azeitona, deu-se inicio à entrada dos pares de trabalho em palco, enquanto que o som dos foguetes e do fado salteado animou o ambiente para a entrada das fogaças e dos pares domingueiros. Era assim o nosso povo, que apesar da vida difícil e suada do trabalho no campo, quando ouvia os foguetes e a concertina tudo esquecia, dançava e cantava como não houvesse amanhã.
E viva a festa! Viva a alegria de um povo! Viva o empenho e a dedicação de quem tudo faz para a sua festa ser a maior e a mais bonita!
E como podemos ainda hoje aprender tanto com os nossos antepassados que apesar das dificuldades, do trabalho árduo, da miséria, nunca perdeu a sua alegria, a vontade de fazer festa, de dançar, de encontrar-se… Numa geração que vive cada vez mais para si, que fala através de mensagens de telemóvel, que expressa emoções através de likes e stikers, como é importante o cultivo do convívio, do encontro, aquele que exige presença, olhos nos olhos, toque, abraços.
Neste ambiente de encontro e de festa, o RFEA deu inicio a mais um Festival de Folclore, seguindo-se os grupos convidados, Grupo Etnográfico de Fermêdo e Mato – Arouca, Rancho Folclórico os Camponeses de Riachos –Torres Novas, Rancho Folclórico O Caçador – Viseu e Rancho Folclórico de Parceiros- Leira, fazendo deste festival um grande Festival de Folclore.
Resta-nos agradecer aos Ranchos participantes, e a todos quantos se deslocaram a Alviobeira neste dia para ver o nosso Festival. A vossa presença e os vossos aplausos são muito importantes para todos os Ranchos Folclóricos que muito trabalham, por vezes em condições difíceis, para dignificar o Folclore de um país.
Este Festival ficou ainda marcado pela presença do Aurélio que depois de um acidente complicado e de dois meses de paragem, conseguir recuperar a tempo para estar presente no Festival. Conhecendo-o como conhecemos, sabemos que sentiu alguma pena por não dançar a escovinha e o bater do fado, mas estar presente já foi uma conquista.
E assim entre emoções, sempre intensas neste dia, realizou-se mais um Festival de Folclore.
Com o coração ainda cheio, e energias renovadas, estamos preparados para as actividades que se seguem, será já em Maio, no dia 24 de Maio, com o 1º Passeio de Pasteleiras. Até lá
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