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ANTÓNIO FREITAS
Foi numa noite fria e um pouco ventosa que na
passada sexta-feira, rumámos ao Entrocamento, mais propriamente à Praça
Salgueiro Maia para apresentarmos, pela segunda vez, o “Pulsações”.
Apresentado pela primeira vez no cine teatro
Paraíso em Tomar, a 13 de Fevereiro deste ano, este espetáculo que resulta de
uma adaptação de um Primeiro Pulsações apresentado em Alviobeira, em Maio de
2014, continua a querer pulsar nos nossos corações e nos de quem nos vê.
Na apresentação do Pulsações pode ler-se
“Pulsações é algo da natureza, essa pulsação que existe na natureza, nos
animais, nas plantas é uma renovação, uma procura por uma linguagem de
movimento, simplesmente.
Nada pode parar o sangue que corre nas veias e o
que pulsa em corpos inquietos. Há sempre algo que escapa aos trajetos
permitidos e ordenados; alguma maneira de inventar outros movimentos, outros
percursos…
Essa procura/ descoberta do movimento faz com
que o Pulsações seja um espetáculo que requer da nossa parte
(componentes/atores) uma entrega total e uma preparação que conta com muitas
horas de ensaios. Feito de pormenores, exigente nas emoções, nas expressões
corporais e faciais, que têm que ser trabalhadas minuciosamente, este
espectáculo “obriga” a várias repetições e ensaios para que no final tudo pareça
simples, fácil, “limpo”.
Um corpo que se movimenta e conta uma história,
que se entrega totalmente sem “(pre)conceitos”, que se vai (des)construindo
para trazer à superfície a sua essência, aquela que por vezes está demasiado
“camuflada”… é esta a proposta do Pulsações, que unindo canto, dança e
interpretação, pretende (des)construir o folclore percorrendo uma trajetória
cénica entre origem, memórias, movimento e criatividade…e que no final fique o
silêncio, as memórias, o sentido verdadeiro.
Conciliando os ensaios do Pulsações com estudos,
trabalho, atuações, e outros espetáculos que temos em cartaz, preparámos o
Pulsações de forma a levá-lo ao Entrocamento, a verdade é que queríamos muito
responder afirmativamente ao convite feito pela Câmara Municipal do
Entrocamento, e nem a nossa agenda preenchida e o fato do palco ser ao ar livre
nos impediu de levar o Pulsações à cidade Ferroviária.
Com as emoções à flor da pele, com o vento a
bater nos nossos rostos, com algumas borboletas na barriga e com o coração a
Pulsar, as danças, os movimentos, os sons foram enchendo a Praça Salgueiro
Maia, perante uma plateia que tentava perceber do que se tratava aquele novo
Pulsar.
Para quem não encontrou respostas, sugerimos que
sintam a energia que vem da terra, e que se ouve no coração, que cria
movimento, a descoberta do movimento… às vezes inquietante, por ser novo… às
vezes rude, por ser genuíno, ás vezes exigente por ser verdadeiro… que nos leva
a dar tudo… a ousar criar… sem medos, sem retoques… natural...
E depois desta descoberta, o olhar olhos nos
olhos! O encontro natural… de quem não tem nada a esconder.
No final esse encontro traduziu-se pelo
agradecimento, simbolizado num ramos de flores (onde havia girassóis… afinal
ainda há coincidências) trazido pelas mãos do presidente da Câmara Municipal do
Entroncamento, Dr. Jorge Manuel Alves de Faria, também ele homem de números mas
capaz de interpretar estes Pulsações que ousa usar outras equações.
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