Círio a Dornes

27 maio 2013

Um dia para recordar por muitos anos!
No domingo de manhã os homens do Rancho,  trajados e transportando a bandeira de Nª Srª do Pranto começaram cedo o peditório em Alviobeira.
Pelas 10H, fez-se um intervalo para assistir à missa e cumprindo a tradição os foguetes fizeram-se ouvir na altura que se cantava o Santo na Eucaristia.
Depois da missa retomou-se o peditório.
Por volta das 16H, abri-mos as portas da nossa casa (Museu Rural e Etnográfico de Alviobeira) para oferecer vinho (oferecido pela Herdade dos Templários) e tremoços. E a casa foi pequena para tantos amigos que recebemos.
Cá fora a animação era grande, enfeitavam-se as bicicletas e as charretes com flores e mantas.
Nas casas a azáfama era ainda maior na preparação dos farnéis, e na procura dos talheres, pratos, copos, toalhas de linho, guardanapos e cabazes e cestas para transportar os farnéis. Procurava-se receitas antigas e nas ruas todos falavam dos farnéis de outros tempos. Muitas das nossas mães passaram a tarde na cozinha confecionando o coelho, a galinha, o bacalhau frito, cozendo o pão no forna da lenha… e enchendo a casa de cheiros e sabores de outros tempos que lhe enchiam a alma de recordações e os olhos de lágrimas de saudade. A Sicarze patrocinou os nossos farnéis com chouriço, presunto, tornando-os ainda mais deliciosos.
A noite foi mal dormida, tal era a ansiedade.
E quando o relógio despertou, logo saltámos da cama.
A primeira coisa a fazer foi olhar pela janela e olhar o céu, estava limpo e os primeiros raios de sol apareciam.
Trajámos, pegámos na cesta do farnel e saímos porta fora.
Era o dia do Círio a Dornes.
Com os farnéis debaixo do braço, ou à cabeça, lá fomos nós até à Igreja Paroquial para a oração do peregrino. Em procissão, ao som da gaita-de-foles e dos tambores, partiu-se da Igreja, até junto às galeras e charretes que nos aguardavam no início da Rua do Comércio.
Os cavalos e as éguas com as respetivas charretes e galera estavam à nossa espera, só possível graças ao Sr. José Manel, Sr. Luís, Major Escudeiro e Sr. Victor, que aceitaram este desafio e que foram para nós companheiros de peregrinação, partilhando vivências e emoções.
Uns de charretes, outros de bicicletas, outros de carros antigos, rumamos até Dornes, em festa, cantando e acenando a todos aqueles que encontrávamos pelo caminho.
Na eira em Paio Mendes, uma pausa para o descanso dos cavalos e para a “bucha” da manhã.
Abrimos os nossos cestos e retirámos o nosso farnel confecionado com tanto amor.
Chegados a Dornes, à nossa espera estava a Banda da Frazoeira que nos acompanhou na procissão até à Igreja de Dornes e a quem muito agradecemos.
Na missa ouviu-se os cânticos antigos, ensaiados pelo coro de Alviobeira e pelos componentes do Rancho, durante algumas semanas.
Depois da Missa, abriu-nos novamente as cestas e partilhou-se os farnéis.
Depressa chegou as 17H, hora para a oração do terço.
À saída do terço, uma chuva “divina” caiu e só parou quando chegámos à eira a Paio Mendes.
Completamente “molhados” mas felizes, não parámos de cantar, e quando chegámos a Alviobeira, cantando o Avé e debaixo de uma “chuva” de pétalas, as lágrimas teimavam em cair pelo rosto de muitos.
Á medida que entrávamos em Alviobeira, os aplausos fizeram-se ouvir, e os nossos rostos brilhavam de alegria.
Fomos à igreja, era agora altura para agradecer a Nª Srª do Pranto o dia que nos tinha dado.
Quando saímos, a concertina fez-se ouvir era agora altura para o bailarico.
Cantámos e dançamos, até o sol se pôr.
E partimos para nossas casas, com o coração cheio, a transbordar…
Como é tão fácil ser feliz.

150 anos nos caminhos da fé e do culto ao Divino Espírito Santo

15 maio 2013


Círio a Dornes


Alviobeira Acontece!

07 maio 2013


Caminhos Cruzados III

03 maio 2013


Caminhos Cruzados!
Tudo começou em 2008!
Uma peça de teatro que virou filme.
Sem grandes tecnologias, com pouca experiência na montagem de filmes, lá fomos à descoberta, certos de que só fazendo se aprende.
O entusiamo foi grande, as filmagens, uma animação e o resultado final divertido.
Em 2010, o segundo Caminhos Cruzados, com as mesmas personagens mas com novas histórias.
Os artistas foram ganhando à vontade, a história trouxe novos caminhos cruzados e um mistério por desvendar: “Quem queria matar o Chico?”
Os anos passaram, mas as pessoas continuavam em tom de brincadeira a perguntar: “Quem quis matar o Ti chico!?”
No ano em que comemoramos os 25 anos, não podíamos deixar de produzir o terceiro Caminhos Cruzados. A tarefa parecia à partida difícil, para muitos acredito que seria quase impossível, mas nós não poderíamos deixar de o fazer.
O final do mês de Março e Abril, era o tempo que nos restava para escrever, gravar e produzir os Caminhos Cruzados III. Era de loucos, e foi…
Entre atividades mil, numa Alviobeira que acontece, escreveu-se, gravou-se e produziu-se os Caminhos Cruzados III.
E ainda bem que o fizemos.
No dia 27 de Abril,  sentados no salão do Centro Recreativo e Cultural de Alviobeira que encheu para ver um filme, coisa que ultimamente não acontece nas salas de cinema, todos nós sentimos que valeu a pena.
Tudo vale a pena quando a alma não é pequena.
E a “alma” deste Rancho é do tamanho do coração de todos aqueles que dele fazem parte, e de todos aqueles que n’ele acreditem!

Alviobeira Acontece!