INTIMIDADES

07 agosto 2014

Um pouco tardia, mas aqui está a nossa reportagem sobre o Intimidades, pois seria impensável não fazê-la. Foi no passado dia 25 de Julho que a Rua do Comércio, em Alviobeira, fechada ao trânsito se transformou numa enorme passerelle para receber mais um Intimidades. Depois da experiência na Casa da Eira em Ceras, e das emoções vividas, seria quase um crime não repetir este “espectáculo” que para nós tem uma magia inexplicável, não fosse ele uma homenagem aos nossos trajos. Se a casa da eira, e o seu fabuloso cenário deu ao Intimidades uma melancolia e uma tranquilidade inexplicáveis, a Rua do Comércio trouxe ao Intimidades uma proximidade e outras vibrações, também elas únicas e mágicas. Este Intimidades teve o privilégio de ter música ao vivo, para isso contou com a amabilidade e disponibilidade do “nosso” Hugo, Luís Alves e Speedy. Como é bom ter amigos, aqueles que basta um telefonema, e logo embarcam nos nossos projectos e sonhos, sem “ses”. Como é fácil e bom trabalhar com o Hugo, o seu ar aparentemente despreocupado, não passa disso, se o não o conhecesse bem poderia até ficar “stressada” com a sua despreocupação e “está-se bem”, mas conheço-o à muito para saber da sua competência e profissionalismo. Depressa chegámos a um consenso sobre as músicas, quase todas sugestões do Hugo, depois trabalhadas por nós para os vários desfiles da noite e modéstia à parte penso que resultaram na perfeição. Durante toda a semana a Rua do Comércio teve movimento, música e animação, fazendo lembrar outros tempos em que as pessoas sentavam-se às portas a conversar e as crianças brincavam ali mesmo na estrada. Embora o frio fosse muito, os ensaios fizeram-se dia após dia, para que tudo corresse pelo melhor. Na sexta-feira os preparativos do espectáculo começaram logo ao fim da tarde e a azáfama foi muita. Cenário, luz, som, passerelle …. e como os nossos meios financeiros são sempre nulos para este tipo de espectáculo à que recorrer à imaginação e inventar cenários a custo reduzido, o que nos tempos que correm parece quase uma utopia. Tentar fazer uma produção, com alguma decência sem gastar praticamente nada, não é fácil, requer uma ginástica financeira enorme, vale-nos a ajuda dos amigos que nos vão emprestando/dando algumas coisas e a nossa imaginação fértil. Um obrigado especial ao Sr. Manuel Alves dos Chão das Eiras que nos forneceu o que viria a ser a base da nossa passerelle, assim como ao José Lourenço que nos deu um rolo de 40 metros de um tecido azul que a tornou mais elegante. Já passava um pouco das 22 Horas quando o Intimidades começou. A noite estava fria, mas quem teve coragem de sair de casa, penso que foi recompensado, porque o Intimidades voltou a surpreender. Mesmo para quem já o tinha visto na Casa da Eira, viu um novo espectáculo, com a mesma essência, mas com uma apresentação diferente. Para nós, absorvidos por aquele ambiente, a noite passou a correr, o frio esse nem o sentimos, tantas eram as emoções. Quando alguém saía da passerelle, apenas comentava: O ambiente está espectacular! E todos ficavam impacientes para chegar a sua vez de ir para o centro do espectáculo, onde a música, as luzes, os olhares e o carinho das pessoas, nos faziam sentir gigantes. Por último os agradecimentos. Não poderia deixar de fazer em primeiro lugar um agradecimento especial à Celine e à Marisa, as nossas grávidas, que tornaram o seu desfile ao som da música Asas, um momento lindo e muito especial. (Faz-nos bem ter asas para voar… ir mais além… amar e deixar-se amar… ) Aos amigos de sempre e aos recentes pelo apoio incondicional. Ao José Ribeiro mais uma vez um muito obrigado pelas belas imagens, obrigado pelo carinho e pela partilha. A todos os presentes que criaram uma moldura humana espectacular o nosso obrigado. Aos componentes muito obrigada, por continuarem a ousar ir mais além, sem reservas, nem medos, sempre disponíveis a mostrarem-se até mesmo na intimidade.