RONDA DAS ADEGAS

03 dezembro 2018
















Já com o final de ano a avistar-se, ainda há tempo para a realização de mais um evento, sendo que, este, é especial e ansiado por todos com alguma expectativa.
Todos já conhecem o conceito do evento “Ronda das Adegas”, mas a curiosidade sobre os locais eleitos e as actividades escolhidas paras os mesmos, mantém-se até ao último minuto. Este é um evento que cresceu, - e a vários níveis – apresentando-se, agora “mais variado e ainda mais ecléctico”.
Para quem gosta de construções antigas, natureza, pessoas, sabores de outros tempos, não há melhor evento que este. As pedras, árvores, caminhos, lareiras, utensílios, ganham vida e contam histórias. Por momentos o silêncio que impera neste locais é quebrado pelas vozes animadas de todos aqueles que aceitam o convite do RFEA e embarcam nesta aventura.
Não há evento que dê mais prazer de organizar que este. A procura, descoberta e visita aos locais é interessante, assim como o diálogo com os proprietários e a partilha das suas histórias contadas num registo de emoção, saudade, alegria e dor.
Na limpeza dos espaços descobrem-se utensílios de trabalho, peças de mobiliário e tantos outros elementos decorativos, esquecidos à medida que foram substituídos por outros mais modernos e mais eficientes mas desprovidos de história.
Este ano o circuito escolhido contemplou casas antigas, adegas, espaços verdes, eiras, quintas, capelas espalhadas pelos lugares de Alviobeira, Cêras, Quinta do Boim, Casal Velho, Ganados, Dejusta, Casais, Torre e Azeites de Alviobeira e embora a chuva teimasse em cair, não assustou os participantes que se deslocaram em alguns locais a pé, e nas distâncias maiores, de autocarro alugado para o efeito.
A comida, expressão de cultura, memória e identidade, tem também um papel de relevo nesta Ronda. Os sabores são tradicionais e levam-nos a viajar até às cozinhas das nossas avós e bisavós e ao sabor único e especial da sua comida.
Se a comida é tradicional, já os espectáculos apresentados e escolhidos de acordo com a mística de cada local vão desde o tradicional ao mais alternativo, pretendendo mexer com as emoções do espectador.
Por fim, mas não menos importantes os cheiros, a memória olfativa é uma das mais duradouras, ultrapassando a capacidade da visão e da audição de reter referências. O cheiro de cada lembrança é como uma máquina do tempo das sensações. Bastam apenas poucos segundos para que os aromas nos façam reviver experiências — sejam elas boas ou ruins. Aqui os cheiros são intensos e inesquecíveis, daqueles que impregnam o corpo e a alma.
No final do circuito, com a chuva a não dar tréguas, uma comidinha quente na Quinta da Runfeira. A chuva era muita, o fumo enchia a cozinha da Runfeira e a confusão estava instaurada, aquela que diverte e fortalece.
Para terminar o dia um concerto caseiro, feito com amigos e para amigos.
A sala de concertos improvisada foi a adega da Runfeira, o lagar de uvas serviu de palco improvisado, e embora o conforto não fosse muito, - pormenores sem importância- , o momento foi especial. O momento teve a presença dos seguintes artistas: o Hugo, que acompanhou à viola o Mendes, Zé Carlos e Catarina, a Fatinha uma voz da qual já tínhamos saudade, o Paulo e João uma presença habitual da Ronda e do poeta Roberto.
Boa música acompanhada de velhoses acabadinhos de fritar e café da cafeteira, há lá coisa melhor!?

MERCADO À MODA ANTIGA

30 outubro 2018


















Depois de nos brindar nas edições anteriores do Mercado à Moda Antiga, com chuva, tempestades, trovoadas, calor intenso, este ano o S. Pedro continuou a fazer das suas e brindou-nos com frio de rachar. 
Uma frente gelada, vinda não sei de onde invadiu a Rua do Comércio e por lá permaneceu durante todo o dia e nem os raios de sol que apareceram foram suficientes para aquecer o corpo regelado. 
Mas se por um lado a sexta edição do Mercado à Moda Antiga foi marcada por um frio constante, que gelou as mãos, os pés e todo o corpo; a alma, essa não foi afectada e permaneceu aquecida pelos gestos de amizade e pela presença de muitos que ano após ano continuam a fazer questão em marcar presença. 
É desta presença assídua e permanente que nasce a motivação de tantos, que dedicam, em regime de total voluntariado, horas e mais horas da sua vida a este pequeno “grande” projecto que dá pelo nome de Rancho Folclórico e Etnográfico de Alviobeira.
De grande envergadura para um pequeno e simples Rancho que vive da generosidade dos componentes, familiares e amigos, o Mercad
o à Moda Antiga tem uma logística gigante que obriga a uma preparação feita com muito tempo de antecedência, divisão de tarefas, planeamento, organização, força de vontade, total dedicação e envolvimento de toda a comunidade. 
Muitos são os produtos vendidos no Mercado, na sua maioria obtidos através da generosidade das pessoas e nunca usados como moeda de troca. 
Já na sua sexta edição, o Mercado à Moda Antiga, este ano e pelo segundo ano consecutivo decorreu a par de uma Mostra de Artesanato no largo do Coval.
 A animação esteve a cargo da prata da casa com o Grupo de Robertos, do Tomás Rodrigo, do Rancho Infantil de Alviobeira, do Rancho “As Lavadeiras da Asseiceira” e dos amigos João e Paulo com as suas desgarradas que cativam todas as pessoas. 
Animaram ainda o Mercado os pregões e a movimentação que o Rancho de Alviobeira tenta incutir ao mesmo, tentando aproximá-lo daquilo que acontecia à cem anos atrás.
Findo o mercado e passada uma noite mal dormida, porque embora o cansaço seja muito e o corpo esteja praticamente morto a cabeça continua a mil, o primeiro balanço é positivo, o Mercado cumpriu aquilo a que se propõe e embora haja sempre aspectos a corrigir e a melhorar, estamos satisfeitos com aquilo que conseguimos fazer nesta terra tão pequena mas que teima em agigantar-se. 
Os agradecimentos são sempre muitos, mas os primeiros têm que ser dirigidos à coragem, à ousadia e à generosidade dos componentes do RFEA, estendendo-se à participação da comunidade que com a sua presença premeia as nossas actividades e nos encoraja a continuar.
 Gostamos deste encontro que se faz olhos nos olhos, de gente que se mistura, que não nos olha de cima mas que se abeira de nós, gostamos desta animação que a Rua do Comércio ganha recordando tempos antigos, dos sons, das gargalhadas, do encontro e do toque, gente que ao participar no Mercado se torna um de nós. 
Esperamos no futuro, continuar a ter coragem para dar vida ao Mercado à Moda Antiga e que ele seja sempre uma forma de encontro da comunidade e proximidade das pessoas, nesta Alviobeira que acontece!
 E já agora: “Se fosse fácil não era para nós!”

MERCADO DA REPÚBLICA

08 outubro 2018
















Participação no Mercado da República em Tomar

12º MOSTRA DE CHEIROS E SABORES E TARDE FOLCLORE INFANTIL





















Decorreu no passado domingo, dia trinta de Setembro, no adro da igreja de Alviobeira, mais uma edição da Mostra de Cheiros e Sabores e tarde de Folclore Infantil que vai já na sua 12ª edição.
A actividade é uma parceria entre o Rancho de Alviobeira e o Conselho Pastoral Paroquial de Alviobeira com a colaboração das capelas de Ceras, Chão das Eiras e Ventoso.
Todos os anos o certame desenvolve-se à volta de um tema, tendo já sido contemplados os três ciclos, nomeadamente o ciclo do pão, do azeite e do vinho, tão importantes nas comunidades rurais; jogos tradicionais, entre outros.
Este ano, a moda feminina ao longo das várias décadas do século XX, foi o tema eleito, isto para continuar em sintonia com o tema escolhido pelo Rancho (no ano que comemora os seus trinta anos de actividade). A figura feminina e o seu papel na comunidade, foi o mote de todas as actividades idealizadas e desenvolvidas pelo Rancho ao longo do ano de 2018.
As tasquinhas, da responsabilidade dos vários lugares da Paróquia, ornamentaram-se de acordo com as diferentes épocas, e cada lugar preparou o seu respectivo desfile de moda. De referir que os Cheiros e Sabores só é possível devido à generosidade e colaboração de todos e do esforço dos vários lugares na recolha e preparação dos vários petiscos presentes nas tasquinhas.
Os Cheiros e Sabores deste ano, trouxe uma novidade, a realização de um concurso de doçaria, para eleger aquela que virá a ser a Queijadinha de S. Pedro. A eleita pelo júri; composto por seis elementos, em representação do CRCA, da União de Freguesias Casais Alviobeira, do CPP, do RFEA, o Padre Sérgio e a D. Luísa, proprietária da Pastelaria Piquenique em Tomar, foi a queijadinha do Ventoso ficando a queijadinha do RFEA em segundo lugar.
Um parêntesis para referir que a nossa queijadinha foi confeccionada pela nossa Luísa Leal e modéstias à parte estava muito saborosa.
A animação musical do dia esteve a cargo do Tomás Rodrigo, do Grupo de Danças Tradicionais da UST. A tarde foi ainda preenchida com o desfile de moda, no qual desfilaram cerca de cinquenta modelos representativos das várias décadas e vindos dos vários lugares da Paróquia.
A tarde de Folclore Infantil, deu lugar aos mais pequenos, que mostraram o quanto é importante a preservação e divulgação dos nossos usos e costumes e contou com a presença do Rancho da casa, o Grupo de Folclore Infantil “As Macanitas” de Tercena e por último mas não menos apreciado e aplaudido o Grupo de Danças e Cantares da Chamusca e do Ribatejo.
O dia foi longo e intenso, mas também muito gratificante, afinal não existem assim tantas festas que reúnam no mesmo dia e no mesmo lugar todos os lugares da Paróquia dando a oportunidade de trabalhar em equipa. Que no futuro a Mostra de Cheiros e Sabores continue a congregar e a unir as pessoas da Paróquia e que seja capaz de cativar ainda mais público, porque esta Alviobeira merece, pois teimosamente continua a acontecer!