VISITA AO LAR DE S. MARTINHO - IGREJA NOVA

13 dezembro 2016



“A gente não leva nada desta vida”
José Martinho

Penso que o Sr. José Martinho queria dizer com esta frase é que por mais engraçado que possa parecer, pois é ai que normalmente gastamos as nossas forças, energias e preocupações, não levaremos desta vida bens materiais, posição social, casa, carros, dinheiro... nada...
Por incrível que pareça o que levamos desta vida são as coisas mais simples. Levamos cada palavra, cada abraço, cada sorriso, cada beijo, cada olhar, cada demonstração de afeto....
Levamos o amor que sentimos pela nossa família, pelos nossos entes queridos pelos nossos companheiros, pelos nossos amigos....
Levamos as experiências da vida, os momentos partilhados, o tempo que “gastamos” com os outros... Hoje ao visitar o lar da Igreja Nova para animar a festa de Natal, não conseguimos entrar sem antes admirar o espaço exterior e tirar uma foto junto à estátua do Sr. José Martinho, como alguém um dia lhe chamou, um homem de sonhos férteis.
Neste tempo de preparação para o Natal, onde as festas se sucedem, onde a agitação e o convite ao consumo imperam, saibamos fazer uma pausa para percebermos o que realmente importa. E o que importa, é ser feliz, é fazer com que as pessoas ao nosso lado sejam felizes.
Valorizar a família, os amigos, a vida... Penso que conseguimos hoje transmitir e viver essa felicidade que vem das coisas simples da vida e essa sim irá connosco para além desta vida.
Que neste Natal não percamos tempo a ter e conquistar mas a valorizar o que já temos e somos. Vamos ser felizes, hoje e sempre, aconteça o que acontecer!
E que também nós a exemplo do José Martinho sejamos um grupo de sonhos férteis!

III RONDA DAS ADEGAS

05 dezembro 2016


















Nada melhor, nos dias frios do Inverno, que uma bebida que aqueça o corpo, a alma e o coração. E o vinho é mestre nesta arte.
Aqui o vinho parece dar mote a uma entusiasmante Ronda das Adegas, da qual fazem parte provas gastronómicas, prova de vinho, conversas, música, teatro, histórias, entre outras atividades.
O dia da ronda das adegas é intenso, as emoções sucedem-se, sobrepondo-se umas às outras e o tempo passa a voar, tornando difícil reter e enumerar tudo aquilo que nos vai na alma.
Já no dia seguinte, depois de uma noite bem dormida, ou não (não é fácil dormir quando as imagens passam na nossa cabeça como fosse a película de um filme antigo), as emoções ganham outro formato, enchem o coração e começam a deixar saudades.
É para nós um privilégio organizar a ronda das adegas, dá-nos a possibilidade de visitar locais que não conhecíamos, pessoas incríveis e disponíveis que abrem as portas das suas casas de par em par e onde nos sentimos completamente à vontade. É tão grande a generosidade de algumas pessoas que largamente compensa a pequenez de outras.
O trabalho que antecede a ronda das adegas é tão mais rico e importante para nós que propriamente o dia da Ronda. Parece que vamos recuando no tempo e passamos a fazer parte daqueles cenários e das suas histórias.
Os espaços começam a ganhar vida à medida que vamos fazendo as limpezas e decorações. As pedras parecem querer falar e falam de homens e mulheres, de trabalhos e ocupações, de relações e encontros, de vidas e sentimentos, de fé e esperanças….
E cada espaço conta uma história, única, pessoal, intensa e a memória está presente tanto no património material como imaterial.
E o património aparece então como preservador de uma memória, e o espaço, como veiculador da mesma, gera "lugares de memória" que observa o espaço físico (material) como suporte para a formação de uma memória coletiva (imaterial).
A Ronda das Adegas é uma oportunidade de passear pela nossa terra, de descobrir toda a sua beleza, por vezes ali mesmo ao virar da esquina. Oportunidade para valorizar a serenidade de dias com tempo, sem pressas, dias de convívio, de conversas, gargalhadas mas também de momentos de reencontro e renovação interior.
Ordenar a vida, dar valor às pequenas coisas, deixar o sol entrar por todos os poros e o calor humano aquecer todos os lugares mais frios e sombrios da alma, pode ser feito nesta Ronda.
Mais do que visitar adegas e beber vinho, trata-se de um dia de encontros, afetos, calor (.... e o vinho vai aquecendo a alma, acalmando o coração, iluminando o coração...) e como tal deve ser olhada e vivida como um tempo para voltar ao essencial, fazer com que a nossa atenção fique mais desperta, a nossa sensibilidade mais apurada para tudo aquilo que é essencial na nossa vida. Encarada desta forma torna-se espaço de partilha e de vida.
O dia da Ronda das Adegas, passado na nossa terra traz-nos à memória a nossa história e a certeza que o futuro constrói-se sobre os alicerces do passado e que neste sentido o RFEA tem feito um trabalho ímpar.
Queremos agradecer: aos donos dos espaços visitados, Carlos Costa, Anca Poiana, Vitor Girrassol, Abílio Santos Manuel e Elizabete Sousa, Deolinda Caetano, Júlia Costa, António Cabeleira, Eduardo Pereira, Manuel e Almerinda Mendes, Associação de Caçadores dos Casais, sem a vossa generosidade nada poderia ter sido feito, à Câmara Municipal de Tomar, pela disponibilização da chave da antiga Escola Primária de Cêras; aos "artistas", Tomás Rodrigo, Nuno Garcia Lopes, Kevin Magill, Hugo Minds, João Antunes, Paulo Silva, Patrícia Rodrigues e Ana Fernandes que animaram a ronda e a tornaram mais interessante e divertida; ao Mestre Xuan Wu pelo momento de Chi Kung; ao Manuel Azevedo o nosso cavaleiro de serviço ; à União de Freguesias Casais e Alviobeira e CRCA pelo apoio; aos componentes pela dedicação e por último mas não menos importante a todos que aceitaram participar nesta ronda e fizeram Alviobeira acontecer.