Cantar dos Reis!

O Rancho de Alviobeira, desde o início da sua formação, fez os possíveis para reviver a tradição do Cantar dos Reis.
Ano após ano, e já lá vai vinte e dois anos anos, o Rancho tem cantado os reis, sempre acompanhado à concertina pelo Ti Manel.

Admiramos a sua força de vontade, a sua pontualidade, a sua coragem. Nada deita por terra a sua missão, a não ser a chuva, não por si, mas pela sua “amada” concertina, que não pode apanhar água.
No inicio do Rancho, Cantar os Reis era de facto uma momento esperado com muito entusiasmo. Naqueles anos, cantava-mos os reis durante quase uma semana, percorríamos as casas de toda a freguesia, ou quase todas. Nem o frio, nem a chuva, nem a neve nos detinha. Saíamos de casa com mantas e cobertores, mas depois de caminhar, brincar, correr, cantar, o frio acabava por desaparecer.
Actualmente o Rancho continua a percorrer as casas da aldeia, mantendo viva esta tradição, com a mesma força de vontade e entusiasmo.
Para além de proporcionar momentos de convívio únicos, esta actividade é também uma forma de angariação de fundos, tão necessários para a continuidade do Rancho.
Fica aqui o nosso agradecimento a todas as pessoas, que ao longo destes anos, nos têm aberto as portas de sua casa, e nos têm recebido com simpatia e entusiasmo.

A todos o nosso muito obrigado!

Este ano mais uma vez iremos Cantar os Reis, nos dias 2, 3, 4 e 5 de Janeiro.
Logo que possível indicaremos os lugares a visitar e os respectivos dias.

Cantar dos Reis

Todos os anos, uns dias antes do dia de Reis (6 de Janeiro), pela escuridão da noite um grupo de homens, devidamente agasalhados iam de porta em porta desejar as felicidades aos seus proprietários.
Regra geral, as quadras eram cantadas e acompanhadas à concertina e por todo o género de instrumentos que houvesse.
Quase toda a gente retribuía e recompensava o esforço dos elementos do grupo que, embora as noites fossem frias, não arredavam pé até receberem uma resposta. Esta vinha quase sempre acompanhada de uma peça de fumeiro, de vinho, ou de dinheiro.
E assim durante quase toda a noite, iam percorrendo toda a aldeia (ou as casas mais abastadas).
No final juntavam-se todas as ofertas e fazia-se uma festança com comes e bebes e os tocadores faziam um animado bailarico que durava pela noite dentro.

Algumas das quadras cantadas :

Boa noite meus senhores

Boa novas vimos dar

Vimos pedir aos senhores

Se nos deixam aqui cantar

Altas casas gentes nobres

Cantareis e ouvireis

Á porta destes senhores

São chegados os três reis

Estas casas não são casas

Estas casas são casinhas

Tanto anos vivam os donos

Como elas têm de pedrinhas

Mensagem de Natal!

Se este homem e esta vida que num mundo de senhores e escravos assumiu como o mais importante dos mandamentos o de amar o próximo com a nós mesmos- elegendo a igualdade, fraternidade, a solidariedade como valores maiores-, se este Homem não tivesse existido o mundo hoje não seria, seguramente o mesmo.
Talvez este Natal, seja uma boa ocasião para nos perguntar-mos a nós próprios, o que temos feito e fizemos para o mundo ser melhor, um bocadinho melhor. E um desafio para que cada um de nós se possa dar, um pouco mais, à participação cívica para melhorar as coisas. No emprego, no Centro Social, na Associação de pais, no Rancho Folclórico, no Centro Cultural e Recreativo, no Conselho Pastoral – não faltam ocasiões para contribuirmos para melhorar as coisas e fazer a vida mais feliz.

Participe, diga presente!

Tenha Boas Festas e Um Feliz Natal.
São os votos do Rancho Folclórico e Etnográfico de Alviobeira

O Natal de outros Tempos!

O Natal está a chegar!
Embora se mantenha parte do ritual do passado, a verdade é que o progresso trouxe muitas alterações ao Natal de outros tempos. O cheiro do pinheiro, do musgo, da lareira acesa, dos fritos, as conversas à lareira, foi absorvido pela azáfama do Natal, pela correria aos hipermercados, pela preocupação na compra dos presentes.
Fica-se agitado, nervoso, demasiado preocupado… No meio de tanta agitação será que ainda resta algum momento para pensar no significado desta época festiva!?
Onde fica o espírito do Natal!
Décadas atrás, chegada a noite de Natal, a família reunia-se. Esqueciam-se as tristezas e do pouco fazia-se muito.
O que faltava em dinheiro, presentes, bens materiais sobejava em espírito de família!
À luz mortiça da candeia de azeite, começava-se a fazer as filhoses, enquanto isto os mais velhos contavam aos mais pequenos histórias relacionadas com o Menino Jesus.

A ceia era regra geral bacalhau cozido com couves e batatas, temperadas com azeite.
Perto da meia noite, quando o sino tocava, toda a família se aprontava para ir à missa do galo.
Os Invernos eram rigorosos, o frio apertava, mas não o suficiente para impedir os homens, mulheres e crianças de se deslocarem à Igreja para a Missa do Galo.
Também era costume na Noite de Natal, os homens cantarem o “Cântico Bendito e Louvado sejas” no adro da igreja.

Apanha da Azeitona!

Este ano, é ano de azeitona!
As bagas negras luzem em abundância nos ramos das oliveiras.
Parece que este ano, os olivais ganharam a magia e o encanto de outros tempos!

Antigamente era assim:
O som do búzio rompia o silêncio da madrugada!
Nas ruas ao ouvir-se este sinal, começava logo a sentir-se alegre alvoroço de mistura de vozes e sinais de raparigas que se saudavam amigavelmente.
As mulheres e raparigas, de cesta no braço com a merenda, com o xaile traçado no peito e o lenço na cabeça, lá iam em grande alegria a juntar-se ao grupo de homens e rapazes que as aguardavam de vara ao ombro.
Reunido o grupo, lá iam para os olivais.
Nos olivais não havia “mãos a medir”, cada um cumpria escrupulosamente a sua obrigação. Os homens com as suas mãos calejadas iam ripando os ramos onde negrejavam as mil bagas luzidias.
Também havia horas admiráveis de alegria e encanto, sem quebrar o ritmo contínuo e produtivo de trabalho.
Por vezes, nos dias lindo de sol, que, não raro o Outono nos oferece, uma voz sonora e harmoniosa se erguia nos ares entoando uma cantiga:

A folha da oliveira
Quando cai no lume estala
Assim é o meu coração
Quando com o teu não fala.

Actuação em Alviobeira!

O Centro Recreativo e Cultural de Alviobeira, organizou no passado domingo (dia 22) um magusto. Foi com enorme prazer que o Rancho participou nesta iniciativa do Centro, actuando por volta da 16 horas.

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Estamos sempre disponíveis para apoiar e participar nas actividades organizadas pelo Centro.

Fica aqui uma fotografia, tirada no final da actuação.

Um dia para recordar!

Trazes a vida nos braços
Largas os medos na entrada...

Guardas a vida nos braços
Brindas sonhos ao relento...

Faz parte ir atrás dos sentidos
e voar a sentir o mundo na ponta dos pés!

Hoje foi um dia especial para o João (que tem apenas cinco meses), para a Marta e para o Ricardo! A sua primeira actuação no Rancho.
Tiveram um comportamento de verdadeiros profissionais!
O Rancho está orgulhoso!

Actuação no Hotel dos Templários!

Um dia cinzento e chuvoso!Daqueles dias que não apetece nada sair de casa. Mas o dever fala mais alto! Uma actuação no Hotel dos Templários em Tomar, "obriga-nos" a sair da nossa casa, que hoje especialmente nos parece ainda mais confortável.
Lá fomos nós!
Já a alguns anos que fazemos actuações no Hotel dos Templários, e quando entramos sentimo-nos imediatamente em casa. O ambiente é confortável, as pessoas atensiosas, e simpáticas.
Aguardámos nos sofás da recepção, descontraímos, falámos e ali ficámos um pouco.
Até que chegou a hora de actuar. E mal ouvimos o som do búzio ficámos prontos para dar a conhecer os usos e costumes da nossa terra e das nossas gentes.
O Grupo era simpático, ouviu atentamente a explicação das danças, viu as nossas modas, aplaudiu e no final, como não podia deixar de ser, dançou com o Rancho.
Lá fora a chuva continou a cair, mas ali dentro o calor aqueceu os nossos corpos e a nossa alma.
Aqui ficam algumas fotos!

Ó freguesa, chegue à frente!

Domingo, dia 15 de Novembro!
Dia do Mercado de 1900!
O dia amanheceu com nuvens, vento e ameaça de chuva, mas isso não não foi capaz de "deitar por terra" o nosso objectivo! Não ia ser uns pingos de chuva que iriam impedir-nos de fazer o mercado e vender os nossos produtos. As gentes de Alviobeira sempre foram fortes e destemidas, prontas a vencer os contratempos e as dificuldades da vida, dispostas a cumprir as suas tarefas... Hoje, a exemplo dos nossos antepassados, a nossa missão era vender todos os nossos produtos, e foi isso que aconteceu!
Os produtos para venda eram muitos e de grande qualidade: couves, batatas, feijões, nabos, cenouras, abóboras, doces, marmelada, bolos, petingas e água pé..., tudo se vendia no nosso Mercado.
Ó freguesa chegue à frente, veja a qualidade dos nossos produtos!
As pessoas foram aparecendo e fazendo as suas compras, houve quem lançasse o desafio do Mercado de 1900 realizar-se todos os domingos! A nós feirantes de "um só dia" pareceu-nos um pouco demais , mas quem sabe se em breve não repetiremos a experiência!
A todos aqueles que passaram pelo nosso mercado um muito obrigado!

Dia de Todos os Santos

No passado dia 1 de Novembro, o Museu Rural de Alviobeira, abriu as portas para receber os amigos a fim de proporcionar-lhes uma tarde agradável.
A lareira acendeu-se para preparar o delicioso café "da avozinha", na mesa colocou-se uma toalha de linho para receber as deliciosas broas de Todos os Santos, as castanhas, as nozes, as passas de figo, os tremoços,..., no barril repousava a água-pé do Zé Leal.
Tudo estava preparado!E os amigos foram chegando...
Partilharam a mesa connosco, dando-nos o enorme prazer da sua companhia.
Como não podia deixar de ser, a música marcou presença. O "mestre" Manel acompanhado pelo Zé Carlos, fizeram as delícias de todos tocando durante toda a tarde, modas tão bem nossas conhecidas.
Foi com imensa alegria que o Paulo Honório (filho de um conhecido acordeonista da terra) decidiu ir buscar o acordeão do seu pai, e juntou-se a nós, maravilhando os nossos ouvidos e a nossa alma.
Mais uma vez o Museu ganhou vida.

Dia de Todos os Santos!

Foi assim que em Alviobeira, no dia de Todos os Santos, a criançada se divertiu. Foi o reviver de uma tradição que se foi perdendo ao longo do tempo, e que ao ganhar novamente vida, contribuiu para alegria de todos, inclusive os mais velhos.
Um grupo de crianças, barulhentas e divertidas percorrer as casas da aldeia dizendo em coro: bolinhos, bolinhos em louvor de todos os santinhos!

A nossa mamã!

A nossa mamã está linda, e como não podia deixar de ser também foi à feira.

A Lara e o Salvador começam desde já a integrar-se no grupo. Temos que começar desde o início a incutir-lhe o espírito folclorista.

É bom partilhar esta felicidade com a Dina e com o Ricardo. Que bom ver a nossa família a crescer.

O Rancho continua a apoiar-vos e a maravilhar-se com a barriga redondinha da Dina que não pára de crescer!

Desejamos toda a felicidade do mundo!

Fomos à Feira!

Fomos à feira e foi divertido!

Palco!

Por mais que se fale, que se combine, que se projecte, que se ensaie,cada actuação é única, porque nos apanha em fases diferentes, e no entanto sempre prontos a dar o nosso melhor, cheios de vontade de exprimentar esta troca imensa de cumplicidade, de confiança em nós próprios e no outro que está ali mesmo ao nosso lado.
Pessoas prontas à abrirem ao outro o seu próprio mundo, à procura de um espaço de sensibilidade, música, energia, tradição, emoção ...
Quando entramos no palco e fazemos meia lua, sentimos que aquele gesto tantas vezes repetido torna-se único... E esse sentimento tão forte só é possível devido à forma verdadeira com que é vivido.

Parte de Nós!

Desde há vinte e um anos que a nossa vida se transformou numa infinita viagem ao interior do folclore, dos sorrisos, dos silêncios, dos encontros...
Ao longo deste tempo enfrentámos tantos palcos, tantos desafios em conjunto.
Este palco foi apenas um entre muitos que partilhámos.

Estas fotos simbolizam a serenidade da magia que somos quando nos encontramos, a cumplicidade de um olhar, de um sorriso, de um toque...
Estas fotos celebram a nossa alegria, as nossas vozes, os nossos gestos, o nosso querer!

Vamos à feira!

Aí está mais uma Feira de Santa Iria em Tomar, de 16 a 25 de Outubro.

A feira distribui-se por três espaços distintos: divertimentos , venda ambulante e animação na Várzea Grande, tasquinhas no mercado municipal e Feira das Passas na Praça da Républica.

Embora a feira tenha perdido a importância de outros tempo, ela continua a ser um espaço de divertimento e convívio.

Para manter a tradição o Rancho de Alviobeira, está a organizar um jantar na Feira, no dia 24 de Outubro, pelas 19 horas. Nada melhor que um jantar convívio para cimentar a amizade e unir a família.

Uma bela sardinhada e um copo de água pé não faz mal a ninguém.

Aparece!

(Só para componentes e "convidados")

Dia de S.Martinho!

No Dia de S. Martinho, vai-se à adega e prova-se o vinho!

Este dia nunca era esquecido pelas gentes de Alviobeira.

Os homens juntavam-se e iam às adegas provar o vinho. Havia sempre uma sadia rivalidade, pois todos queriam ter o melhor vinho das redondezas.

Era também tradição nesse dia comer castanhas assadas.

Á noite havia sempre um bailarico, chegando a haver nesse dia três bailes na aldeia.

Este ano para comemorar o S. Martinho , o Rancho levará a efeito no dia 15 de Novembro um mercado de 1900, que terá lugar na Rua do Comércio, com início às 9h e terminará por volta das 16H.

Venha participar, provar e comprar os nossos produtos tradicionais.

A animação será feita ao som da concertina.

Esperamos por si. Não falte!

De mãos dadas!

Mãos que apoiam!
Mãos que trabalham!
Mãos que ajudam!
Mãos que se unem!
Mãos unidas que tudo conseguem!

Pedir os Bolinhos!

Bolinhos, bolinhos em louvor de todos os santinhos!

No 1 de Novembro, dia de "Todos os Santos", era tradição em Alviobeira, as crianças, com os seus sacos de retalhos, irem de porta em porta, pedir os bolinhos.

Quando chegavam a uma casa da aldeia diziam com alegria: "bolinhos, bolinhos em louvor de todos os santinhos!"

Quase sempre as portas se abriam e aparecia a dona da casa com uma mão cheia de figos secos, tremoços, castanhas, nozes e umas "brendeiras" doces.

Num tempo onde as dificuldades eram muitas, o dia de todos os santos era esperado com muita ansiedade por todas as crianças da aldeia.

Com o objectivo de reviver a tradição, no dia 1 de Novembro o Grupo Infantil de Alviobeira, vai percorrer as casas da aldeia pedindo os bolinhos!

No mesmo dia a partir das 15 horas, as portas do Museu Rural e Etnográfico de Alviobeira, vão estar abertas, para receber todos aqueles que queiram nos dar o prazer da sua visita.

Teremos uma mesa repleta de frutos secos, "brendeiras", tremoços... sem esquecer a boa água pé!

Venha ao Museu

No dia de todos os Santinhos

Prove a água pé

e coma também um bolinho!

Letra a Letra!

Rostos!

Bater do Fado!

Os homens desciam a encosta esfomeados e fatigados.
Barrete "enterrado" na cabeça e às costas a enxada companheira de muitos anos.

Vinham dos campos e a taberna era o seu ponto de encontro. Sentavam-se à volta de uma mesa, ou até de uma banca de madeira, todos eles munidos de um copo de vinho, seguindo atentamente a evolução do baralho de cartas! As cartas andavam de mão em mão e os copos das mãos para a boca.As conversas incidiam quase sempre sobre as sementeiras, as colheitas ou sobre o gado que cada um possuía.Ali se encontravam para saber onde podiam arranjar trabalho, ou à espera que alguém entrasse taberna dentro à procura de trabalhadores, por vezes a troco de magras refeições.Mas, apesar da vida dura e difícil, a animação não faltava ao fim de alguns copos de vinho.

Então alguém lançava o desafio: " Vamos lá ver quem é que paga a próxima rodada!"

Era altura de desafiarem-se no Bater do Fado! Aquele que recuasse, ou mostrasse alguma fraqueza, pagava a rodada aos restantes companheiros de "dança"!